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Dia 1º de Abril

sábado, 11 de julho de 2015

Justiça do Piauí condena menores a cumprir internação por estupro coletivo



Um dos adolescentes envolvidos no crime
O juiz da comarca de Castelo do Piauí (PI), Leonardo Brasileiro, condenou, na noite de quinta-feira, à pena máxima de três anos de internação, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os quatro adolescentes, de 15 a 17 anos, que praticaram estupro contra quatro jovens de 15 a 17 anos de idade. O crime ocorreu no dia 27 de maio em Castelo do Piauí. O assaltante Adão José Gomes, de 40 anos, também é acusado pelo crime, mas ainda não foi julgado, porque seu processo tramita na Justiça separadamente. Uma das vítimas, Danielly Rodrigues, de 17 anos, morreu no hospital.

As adolescentes foram encontradas com rostos e partes dos corpos dilacerados por pancadas de pedras. Após serem violentadas e apedrejadas, elas foram empurradas de uma altura de cerca de sete metros no Morro do Garrote, na zona rural da cidade. Elas foram ao local com vista panorâmica da cidade para tirar fotos e postar nas redes sociais.

Os jovens vão cumprir os três anos de internação como medida socioeducativa, por atos infracionais correlatos aos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e estupro. Os quatro adolescentes foram transferidos para o Centro Educacional Masculino (CEM), em Teresina.
Na sentença, o juiz reconheceu a participação de cada um dos menores na prática de pelo menos oito atos infracionais e determinou que a cada seis meses eles sejam avaliados por psicólogos.

O promotor de Justiça de Castelo do Piauí, Cesário Cavalcante, disse que a decisão do juiz Leonardo Brasileiro não significa que após os três anos eles serão colocados em liberdade.

- Como o caso teve uma comoção e revolta muito grande em todo o Brasil, pode ser que quando acabar os três anos ocorra a possibilidade de prosseguimento da internação após avaliação do Judiciário, do Ministério Público e também da defesa dos menores - ressaltou.
Para a mãe de D.N.S.R., de 17 anos, que sofreu traumatismo craniano e ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), a pena é pequena.

- A decisão foi rápida, e eles têm que pagar pelo o que fizeram. O que aconteceu abalou tanto as meninas como a gente. Eles maltrataram muito e não precisava disso. Acho pouco essa pena de três anos, mas a Justiça é quem sabe. Fico pensando, quando esses meninos saírem e voltarem para Castelo. Entrego o destino deles a Deus - falou a mãe.
A família de D.N.S.R. ainda está na casa de amigos em Teresina e disse que aos poucos está tentando retomar a vida. A mãe disse que a filha ainda não sabe da morte de Danielly Rodrigues e conta que, algumas vezes, a menina pergunta pela amiga.

- Não temos como agradecer a esses amigos que estão nos dando abrigo, mas temos que voltar para casa, pois aqui não temos emprego e, na nossa cidade, temos nossas coisas. Minha filha só lembra que subiu no morro e lá tinham quatro ‘moleques’. Não deixamos ela assistir televisão. Apenas desenhos infantis, e ela só fala em voltar para a igreja e estudar, porque está perdendo aulas. Ainda hoje, minha menina não sabe da morte da amiga, e os psicólogos estão preparando ela para dar a notícia - contou a mãe.

A jovem ainda tem dificuldades na fala e para caminhar sozinha. No próximo dia 16, ela completará 18 anos de idade.
- A gente sonhava comemorar o aniversário dela de outro jeito, mas isso não importa. O que vale é que minha filha está viva. Vamos voltar para Castelo, mas queremos que ela estude aqui em Teresina. Agora é pedir forças a Deus.

Fonte: oglobo.com.br

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