Garimpeiros profissionais e ocasionais atraídos pelas jazidas da “nova Serra Pelada” em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, contam com um mercado de comida e ferramentas para passarem dias em busca de ouro. O comércio ilegal atende a um contingente estimado em 7 mil pessoas que se aglomeram há mais de uma semana escavando a Serra da Borda, no oeste de Mato Grosso. Considerado ilegal por não estar sendo explorado mediante autorização federal, o garimpo pode ser fechado a qualquer momento, conforme decisão da Justiça Federal desta sexta-feira (16).
Atraídos por boatos e anúncios de grande volume de ouro nas redes sociais, os garimpeiros têm se dirigido a duas propriedades particulares acessíveis por estrada de chão na região da serra, a cerca de 18 km do centro urbano de Pontes e Lacerda. É de lá que eles têm acesso à área das jazidas de ouro. Logo na entrada, a primeira abordagem: para poder subir a serra em busca de ouro, cada um tem de pagar R$ 50,00. Para a semana toda, é vendido um “pacote” por R$ 200,00.
Dentro da propriedade, além da quantidade de veículos estacionados, o visitante se depara com uma cidade em formação ao pé da serra. E, nesta cidade, já está estabelecido um comércio informal para atender aos garimpeiros. Estão disponíveis todas as ferramentas necessárias para o trabalho no garimpo, como chapéus de palha, cordas, picaretas, marretas e enxadas. Para comer, há opções como churraquinho, a R$ 6,00 o espeto.
Pepitas de ouro extraídas da Serra da Borda.
(Foto: Júlio Cezar de Souza/ Arquivo pessoal)
(Foto: Júlio Cezar de Souza/ Arquivo pessoal)
Já equipamentos como geradores de energia, detectores de metal e britadeiras têm sido levados por garimpeiros mais prevenidos a fim de produzir escavações mais fundas no alto da serra, onde homens e mulheres de todas as idades e provenientes de diversas partes do país trabalham até durante a madrugada.
O prefeito da cidade de Pontes e Lacerda, Donizete Barbosa (PSDB), já demonstrou preocupação com o número de pessoas chegando à região da cidade. Ele teme a ocorrência de problemas sociais por conta do contingente de "forasteiros".
Extração ilegal
Sob lonas, os garimpeiros escolhem áreas para tentar a sorte e, em alguns casos, até contratam funcionários para realizar parte do trabalho. Entre as lonas, há tanto histórias de quem já conseguiu encontrar quantidades significativas de ouro quanto relatos de quem até agora não confirmou o tão falado potencial da serra.
De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a exploração na Serra da Borda é ilegal, bem como a comercialização do ouro extraído. Entretanto, no comércio da cidade de Pontes e Lacerda, é possível encontrar joalherias e outros estabelecimentos que fazem negócio com o mineral retirado da serra.
Garimpeiros armaram barracas para trabalhar no alto da Serra da Borda, em Pontes e Lacerda.
(Foto: Júlio Cesar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)
(Foto: Júlio Cesar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)
A movimentação no garimpo tem se refletido na economia da cidade, de cerca de 42 mil habitantes, cuja rede hoteleira já está lotada. Comerciantes, por sua vez, preocupam-se com a falta de funcionários, os quais abandonam os postos de trabalho para tentar a sorte no garimpo, segundo a Associação Comercial.
O DNPM, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) já informaram que tentarão encontrar uma forma de resolver o problema da exploração ilegal. Provocada pelo MPF, a Justiça Federal em Mato Grosso determinou nesta sexta-feira (16) o fechamento do garimpo, a evacuação da área e a apreensão do mineral retirado.
Fonte: g1.com.br
Nesta sexta-feira (16), o Blog recebeu do leitor Silvio, irmão de Sandro Alex, fotos exclusivas e dois vídeos do local.
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