Hoje pela primeira vez entrei em um teatro, aí você me indaga: O que há de fantástico nisso?
Respondo-lhe: Em tese, nada! E há!
Sempre vou levar minhas origens (Pedreiras) comigo e tudo o que a implica, a parte boa e inspiradora dela, bem como a parte má e indignante. Entrar no Teatro 4 de Setembro em Teresina e assistir um espetáculo, conversar com diretores e atores me fez mentalmente voltar para as praças ociosas da minha cidade, me fez lembrar que a praça mais movimentada de Pedreiras é ilegalmente ocupada, é cozinha de quem se cansou de comer em casa e aos jovens sobram as esquinas, as drogas, o comercio explorador, ainda bem que temos o Patamar da Cultura, para o "resto" de cultura que temos.
Não vou dizer que dei sorte, não acredito nela, ter passado no Enem não foi fruto de sorte, estudar na UESPI muito menos, mas como ficaria se meus pais alegassem não ter condições? É aqui que os sonhos de muitos jovens pedreirenses colidem com o muro da divisão econômica, com a segregação e ainda há quem diga que cota é vingança!
O tempo passou, João do Vale morreu, recebeu a honra merecida de ser reconhecido como "maranhense do século", mas sua história pode ser vista na vida dos muitos jovens que se foram por falta de oportunidade, aliás, hoje encontrei a querida Wanessa Leite, que busca algo maior na de Timon. Foi ótimo vê-la, fico na torcida!
E quantos mais estão por aí? Preocupação? Só dos pais e amigos! As lideranças políticas de Pedreiras deveriam lavar a boca para falar com o jovens, não estão nem aí, mas sabe o que me deixa feliz, é que na marra, com condições infames o jovem sem estrutura, sem roupa de marca e escola cara, o jovem que fica sem aula por falta d'água, esse mesmo jovem que já ouviu tantas mentiras um dia vai estar do outro lado da mesa, do outro lado da tela, vai deixar der ser matéria devido a miséria, vai tomar a vaga do filho do político sacana. Estudar é a vingança do pobre!
Saudades da minha terra!
Por Quim Buckland
Estudante de Jornalismo- UESPI
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