SÃO LUÍS – O esquema de corrupção realizado na Prefeitura de Anajatuba, revelado na manhã desta terça-feira (20) pela Polícia Federal, durante a Operação Attalea, desviou ao menos R$ 15 milhões dos cofres públicos do município. A organização criminosa agia em vários outros municípios do Estado. Ao todo, segundo as investigações, mais de R$ 60 milhões foram desviados. O prefeito de Anajatuba, Helder Aragão (PMDB), foi preso nesta manhã.
“Nós temos provas de corrupção, a partir de análises bancárias e documentos apreendidos. Confirmamos a transferência eletrônica de dinheiro de empresas envolvidas no esquema diretamente na conta dele [Helder Aragão] e de parentes. Isso é prova de corrupção. Não são apenas indícios, são provas”, afirmou o promotor Marco Aurélio, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), durante coletiva na manhã desta terça-feira (20).
Empresas de fachada
Ainda segundo o promotor, a quadrilha criava empresas de fachada para “participar” de processos licitatórios fraudulentos e lavar o dinheiro desviado. Dessa forma, davam um “ar de legalidade” à contratação. Parte do dinheiro destinado às empresas, que só existem no papel, retornava para os bolsos de outros envolvidos no esquema, dentre eles o prefeito Helder Aragão.
A quadrilha desviava recursos públicos federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FUNDEB) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “Encontramos indícios de fraudes no transporte escolar, na construção de estradas, sinais, reformas de escolas e até na merenda escolar”, destacou Marco Aurélio.
As empresas de fachada envolvidas são: A4 Entretenimento, M.R. Comércio e Serviços, Vieira e Bezerra LTDA e Construtora Construir. "Existem estradas que constam como construídas mas não existem, reformas em escolas que nunca foram feitas, contratação de transporte escolar que não foram efetivados. Uma das empresas foi contratada para este propósito, e nós verificamos que além de ela não ter pessoal, não tinha nem veículo", comentou Sérgio Tibau, da Controladoria Geral da União (CGU).
Ainda segundo o promotor Marcos Aurélio, o número de empresas investigadas pode aumentar, além dos recursos desviados. "Esta organização criminosa agia em todo o Estado, então, a medida que investigamos, aparecem novos indícios e provas de corrupção. É uma verdadeira teia de corrupção", finalizou Aurélio.
Fonte: imirante.com.br
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