Josimar Cunha Rodrigues - Deputado Estadual |
A Justiça Eleitoral declarou, no dia 14 de julho, inelegíveis por oito
anos o prefeito e o vice de Maranhãozinho, José Auricélio de Morais Leandro e
Raimundo Tarcísio de Lima, por compra de votos na eleição de 2012. A decisão
atinge, ainda, o ex-prefeito Josimar Cunha Rodrigues, conhecido como Moral da
BR, atual deputado estadual, que à época estava à frente da administração municipal.
A pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), os atuais gestores
municipais tiveram seus mandatos cassados, mas a Justiça os manteve nos cargos
até o julgamento final da Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
Segundo a denúncia do MPE, os acusados praticaram captação ilícita de
sufrágio ao distribuir materiais de construção e outros benefícios aos
eleitores. Além disso, eles utilizaram veículos da Prefeitura de Maranhãozinho
para entregar parte do material.
Investigação
Durante a investigação, iniciada com base na denúncia de uma eleitora,
foi constatada grande quantidade de materiais de construção na frente das casas
e com propaganda de apoio ao atual prefeito e vice.
O Poder Judiciário expediu mandado de busca e apreensão, em 5 de outubro
de 2012, nos estabelecimentos Santa Rosa Construções, Casa Rodrigues, AP
Construções e Casa Rodrigues, além da residência de Jiordana Pamela de Sousa
Rocha, funcionária da Prefeitura de Maranhãozinho acusada de operar o esquema
de compra de votos.
Na casa da servidora municipal, foram apreendidos um computador e um
caderno, contendo nomes e endereços de eleitores que receberam materiais de
construção, com a descrição do número de tijolos, telhas, sacos de cimento e
referências aos dias de visita.
Em nova apreensão na Casa Rodrigues, em 1º de novembro, foi localizado
um caderno de anotações com o nome "Auricélio" na capa, contendo 253
notas fiscais série D e 47 notas de entrega com carimbo de pagamento do
Comercial Duarte.
Segundo a denúncia do promotor de justiça eleitoral Hagamenon de Jesus
Azevedo, que à época atuava na 101ª Eleitoral, o candidato José Auricélio
realizou, durante a campanha, visitas a diversas residências de eleitores,
sempre acompanhado de Jiordania Rocha. Ela tinha a função de anotar as solicitações
dos eleitores e os pedidos de vantagens pessoais.
Para averiguar a compra de votos, o MPE ouviu os eleitores da lista
apreendida, e estes confirmaram o recebimento de materiais de construção e as
promessas que seriam atendidas após a votação.
Ao deporem na sede do Ministério Público, a maioria dos eleitores foi
acompanhada de um advogado da Prefeitura de Maranhãozinho, constrangendo-os nos
depoimentos. Duas testemunhas negaram, na presença do promotor eleitoral, que
tivessem contratado o advogado.
O MPE também comprovou que a Casa Rodrigues, de propriedade de Claudenir
Sousa Rodrigues, foi fornecedora de materiais de construção para a Prefeitura
de Maranhãozinho, em todas as gestões de Josimar Rodrigues. Ele foi prefeito
por três vezes.
Além da decretação de inelegibilidade, a promotora de justiça Laura
Amélia Barbosa, atual titular da Comarca de Governador Nunes Freire, da qual
Maranhãozinho é termo judiciário, também pediu ao Poder Judiciário a condenação
do ex-prefeito por abuso de poder econômico e político.
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